quarta-feira, 3 de julho de 2013

CONVERSANDO COM VINÍCIUS

Olá, comunidade da Bento!

Como vocês já sabem esse ano o nosso poeta homenageado é Vinícius de Moraes. A  professora regente da sala de leitura, Heloise Ramos, com grande inspiração, escreveu um texto a partir das obras do autor. Leiam.

Aqui estou eu!
O  que posso então dizer?
Apresento–me como aquele que compunha versos de amor, o diplomata, compositor, também conhecido como o poetinha. Me chamavam carinhosamente assim por tratar com tamanho zelo e infinita doçura o amor.
Ah! Esse divino e louco amor...
Amor que espalhei pelos cantos e repetidas vezes vivi,que outrora deixei, sendo também por muitas vezes deixado. Mas, não amarguei a eterna dor do amor, trago de cada um deles a lembrança viva das paixões e me pego cheio de saudades.”E, por falar em saudade, onde anda você,  onde anda os teus olhos que a gente não vê”, já não encontro na rotina dos meus dias esse corpo que me deixou louco de tanto prazer...
      Nesse sublime e desvairado amor, não posso deixar de falar dos lugares em que te encontrei, das esquinas, dos bares, onde até mesmo encontrei "casas simples com cadeiras nas calçadas", reforçando em sua faxada a existência de que ali era um lar. Com "gente humilde" esbarrei, gente que também tem coração e sabe amar como eu. Ali também encontrei o meu amor.
     Então, como um menino que vai em busca do seu sonho, que "caminha e caminhando vê que o futuro está a sua frente", cada oportunidade era uma possível certeza de conquistar o meu amor.
     Assim pensando, quando enfim eu puder tê-la em meus braços, declamarei versos, entoarei canções, ou simplesmente confessarei: "eu sei que vou te amar, por toda a minha vida"!
    E entronizado nessa certeza, arriscaria o mais irrecusável dos convites: "se você quer ser minha namorada, tão linda e eterna namorada você poderia ser”. Logo, não andaria mais como um aventureiro, procurando em outros lábios o consolo da ausência dos teus. Ah! "Se pelo menos todas fossem iguais a você, que maravilha viver"!  Eu me desprenderia do teu ser e encontraria a luz, a mais perfeita luz dos olhos teus refletida nos olhos meus. E, se por algum motivo esse amor se afastasse de mim, "de repente, não mais que de repente, em que do riso fez-se o pranto", caberia todo o meu lamento, "por que sem você eu não tenho por que,por que sem você, não sei nem chorar,sou chama sem luz, jardim sem luar, eu gritaria para o mundo que sem você meu amor eu não sou ninguém."
 Assim diria que "tristeza não tem fim, mas felicidade sim"!

       Sei o quanto me custa pensar dessa forma, afastar-me de ti dói demais em mim. Então, deixa isso pra lá! "Chega de saudades", eu quero um amor correspondido, quem sabe ser até com aquela garota, e não é uma garota qualquer, é a "mais linda, mais cheia de graça" que passeia "a caminho do mar" e os meus olhos não se cansam de admirá-la. É a "moça do corpo dourado do sol de Ipanema, a coisa mais linda que já vi passar". E além de tudo, sabe de uma coisa? "Ela é carioca"! Quem sabe será para elas os meus versos e os meus encantamentos, mas de uma coisa estou certo, que "de tudo ao meu amor serei atento....,que nem em face do maior encanto eu possa  dizer que seja  esse amor infinito enquanto dure". E, ainda que um dia ele termine,será renovado em diferentes histórias de amor! 

"CANTANDO VINÍCIUS" NO II FESTIVAL DE INVERNO DA BENTO

OLÁ COMUNIDADE DA BENTO!

             Foi muito emocionante e gratificante ver nossos alunos e professores cantando, recitando e encenando o nosso grande poeta homenageado  Vinícius de Moraes.  
             Durante o processo de desenvolvimento do projeto percebemos que os alunos conheciam algumas músicas de Vinícius, porém não identificavam o autor e a importância da sua obra. Após a culminância do projeto, no dia vinte e sete de junho,  houve um despertar e uma maior proximidade com o autor.  Os espectadores tiveram a oportunidade de contemplar belas e sensíveis apresentações de músicas e poemas desse grande e eterno poeta. Parabéns a todos!!!!!!! Foi uma manhã mágica!!!!

Heloise   Ramos
Luciane Andrade
 . 

segunda-feira, 20 de maio de 2013

OLÁ! CARDÁPIO DO 2º BIMESTRE. BOA LEITURA!


ESCOLA MUNICIPAL BENTO DO AMARAL COUTINHO
SALA DE LEITURA CECÍLIA MEIRELES

CARDÁPIO DO 2º BIMESTRE DE 2013

1.  O PINTOR
Autor: Lygia Bojunga
Localização: Cx 29B

2.  MAÇÃ, A PRIMEIRA MORDIDA
Autor: Flávia Albuquerque
Localização: Cx 35

3.  ELA TEM OLHOS DE CÉU
Autor: Socorro Acioli
Localização: Cx 56

4.  UMA HISTÓRIA DE NATAL
Autor: Charles Dickens
Localização: Cx 47



5.  OLGA
Autor: Fernando de Morais
Localização: E2P1

6.  O MORRO DOS VENTOS UIVANTES
Autor: Emily Brontë
Localização: E8P2

7.  PRA VOCÊ EU CONTO
Autor: Moacyr Scliar
Localização: Cx58

8.  TROPA N.E.R.D.S.
Autor: Michael Buckley
Localização: Cx 62

9.  O GUARANI
Autor: José de Alencar
Localização: E2P2



10. HORA DA ESTRELA
Autor: Clarice Lispector
Localização: E1P2

11. POLLYANNA
Autor: Eleanor H. Porter
Localização: Cx 7

12. MENINO PASSARINHO
Autor: Sueli Maria de Regino
Localização: Cx 41

13. MANUAL ANTIBULLYNG
Autor: Dr. Gustavo Teixeira
Localização: Cx SL Indica

14. Campo Geral (conto)
Autor: João Guimarães Rosa
Localização: Cx SL Indica



16.  O REI PRETO DE OURO PRETO
Autor: Sylvia Orthof
Localização: Cx 60

17. FERNANDO PESSOA, O MENINO DA SUA MÃE
Autor: Amélia Pinto Pais
Localização: Cx 59

18. DEGREDADO DE SANTA CRUZ
Autor: Sonia Sant’Anna
Localização: Cx 24

19. JUSTINO, O RETIRANTE
Autor: Odette de Barros Mott
Localização: Cx 51

20. O QUINZE
        Autor: Rachel de Queiroz
        Localização: E4P1

segunda-feira, 13 de maio de 2013

AÇÕES DE LIBERDADE MOVIDAS PELOS ESCRAVOS BRASILEIROS

Olá, pessoal!


Hoje são 13 de maio. Será que temos alguma coisa para "comemorar"?  "Essa é uma discussão que vem ocorrendo desde a década de 1970 quando os movimentos negros resolveram instituir um dia da consciência negra para ressaltar o papel dos próprios negros no processo de sua emancipação. Assim, o dia 20 de novembro, que relembra a execução de Zumbi, seria um contraponto ao 13 de maio." 

Para marcar essa data e ampliar os seus conhecimentos a Sala de Leitura indica:


  • Assistam ao Programa de Miriam Leitão na Globo News. A jornalista entrevista a historiadora e professora da UNIRio Keila Grinberg, autora do livro "Liberata: a lei da ambiguidade". Nesse livro, Grinberg conta a história de escravos que moveram ações na justiça brasileira contra seus senhores em busca de liberdade.  Vocês já tinham lido ou escutado sobre esse assunto? Os escravos brasileiros moviam processos contra seus proprietários pela sua alforria e contra maus tratos. IMPERDÍVEL! O livro brevemente estará disponível na nossa sala de leitura.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

II FESTIVAL DE INVERNO DA BENTO

Olá, pessoal!

O II Festival de Inverno da Bento será no dia 20 de junho.

As inscrições já estão abertas. 
Vão ocorrer diversos tipos de expressões artísticas: canto, dança e teatro.
Teremos dois momentos:
Manhã: "Cantando Vinícius"
Tarde: Revelando Talentos(livre)

segunda-feira, 8 de abril de 2013

CONCURSO DE POESIAS

Olá, alunos!

A sala de leitura está promovendo o concurso de poesias da escola. Não deixem de participar! Estamos recebendo poesias inéditas até o dia 21/06/2013.

segunda-feira, 25 de março de 2013

FAMIGERADO


    FOI DE INCERTA FEITA - O EVENTO. QUEM PODE ESPERAR coisa tão sem pés nem cabeça? Eu estava em casa, o arraial sendo de todo tranquilo. Parou-me à porta o tropel. Cheguei a janela.
       Um grupo de cavaleiros. Isto é, vendo melhor: um cavaleiro rente, frente à minha porta, equiparado, exato; e, embolados, de banda de três homens a cavalo. Tudo, num relance, insolitíssimo. Tomei-me nos nervos. O cavaleiro esse - o oh-homem-oh -com cara de nenhum amigo(...)

     -"Eu vim perguntar a vosmecê uma opinião sua explicada..."(...)
     -"Vosmecê é que não me conhece. Damázio, dos Siqueiras... Estou vindo da Serra..."
           Sobressalto. Damázio, quem dele não ouvira? O feroz de estórias de léguas, com dezenas de carregadas mortes, homem perigosíssimo. (...)
     -"Saiba vosmecê que, na Serra, por o ultimamente, se compareceu um homem do Governo, rapaz meio           estrondoso... Sabia que estou com ele à revelia... Cá eu não quero questão com o Governo, não estou em saúde nem idade... O rapaz, muitos acham que eles é de seu tanto esmiolado..." (...)
      -"Vosmecê agora me faça a boa obra de querer me ensinar o que é mesmo que é: fasmigerado...faz-me-gerado...falmigerado...familhas-gerado...?"
       (...) E já aí outro susto vertiginoso suspendia-me: alguém podia ter feito intriga, invencionice de atribuir-me a palavra de ofensa àquele homem; que muito, pois, que aqui ele a famanasse, vindo  para exigir-me, rosto a rosto, o fatal, a vexatória satisfação?
        -"Saiba vosmecê que saí ind`hoje da Serra, que vim, sem parar, essas seis léguas, expresso direto pra mor de lhe perguntar a pergunta, pelo claro..."
        -"Lá, e por estes meios de caminho, tem nenhum ninguém ciente, nem têm o legítimo-o livro aprende as  palavras...É gente pra informação torta, por se fingirem de menos ignorâncias... Só se o padre, no São Ão, capaz, mas com padres não me dou: eles logo engabelam... A bem. Agora, se me faz mercê, vosmecê me fale, no pau de peroba, no aperfeiçoado: o que é que é, o que já lhe perguntei?"
         Se simples. Se digo. Transfoi-se-me. Esse trizes.
        -Famigerado?
        -"Sim senhor" (...) Como por socorro, espiei os três outros, em seus cavalos, intugidos até então, mumumudos. Mas, Damázio: 
           -"Vosmecê declare. Estes aí não são de nada não. São da Serra. Só vieram comigo, pra testemunho..."
                  Só tinha que desentalar-me. O homem queria escrito o caroço: o verivérbio.
                  - Famigerado é inóxio, é "célebre", "notório", "notável"...
                  -  "Vosmecê mal não veja em  minha grossaria no não entender. Mas, me diga: é desaforado? É caçoável? É de arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?"
                  - Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões neutras, de outros usos...
                  -"Pois... e o que é que é, em fala de pobre, linguagem de em dia-de-semana?'
                  - Famigerado? Bem. É: "importante", que merece louvor, respeito...
                  -"Vosmecê agarante, pra paz das mães, mão na Escritura"?
                   Se certo! Era para se empenhar a barba. Do que o diabo, então eu sincero disse:
                   -Olhe: eu como o sr. me vê, com vantagens, hum, o que eu queria uma hora destas era ser famigerado- bem famigerado, o mais que pudesse!...
                       -"Ah, bem!..." soltou, exultante.
                        Saltando na sela, ele se levantou de molas. Subiu em si, desagrava-se, num desaforéu. Sorriu-se, outro. Satisfez aqueles três: -"Vocês podem ir, compadres. Vocês escutaram bem a boa descrição..." e eles prestes se partiram. (...) Disse: -"Não há como que as grandezas machas duma pessoa instruída!" (...) -"Sei lá, às vezes o melhor mesmo, para esse moço do Governo, era ir-se embora, sei não..." Mas mais sorriu, apagara-se-lhe a inquietação. Disse: -"A gente tem cada cisma de dúvida boba, dessas desconfianças... Só pra azedar a mandioca..." Agradeceu, quis me apertar a mão. Outra vez, aceitaria de entrar na minha casa. Oh, pois. Esporou, foi-se, o alazão, não pensava no que o trouxera, tese para alto rir e mais, o famoso assunto.

 ROSA , João Guimarães. Famigerado   (Retirado do livro Primeiras  estórias. pags. 55 a 59. Rio de janeiro: Ediouro , 2011.)